Hoje publicamos mais um dos onze textos do 10º A publicados no jornal PÚBLICO. Um por dia...
Num lugar imundo e
inabitável
Hoje, eu acordei de forma sobressaltada. Estava com o
pressentimento de que algo estava errado e, qual é o meu espanto, quando olho
para o telemóvel e verifico que me encontro no ano de 2122. Tento, ainda,
chamar pelos meus pais, mas não obtenho nenhuma resposta.
Comecei a correr para a porta para ver o que realmente
me esperava do lado de fora e, para meu espanto, parece que me encontro num
mundo deserto; então arranjei-me rapidamente e fui explorar este novo mundo.
Mal saí de casa, deparei-me com ruas desertas, carros destruídos e casas
abandonadas por todo lado. A Terra parecia estar abandonada.
Voltei para casa e tentei voltar a adormecer,
beliscar-me todo, mas eu estava preso num ano diferente e, ao que parecia, sozinho.
De repente, o meu olhar foi desviado para umas caixas que estavam empoeiradas,
pois tinham um sinal chamativo em inglês “DO NOT OPEN”.
Logo curioso como sou, saltei da cama e fui abri-las.
Dentro de uma caixa, tinha uma espécie de relógio como se fosse um smartwatch
e uma das opções era “teletransportar”. Cliquei e, em menos de dois segundos,
estava em Nova Iorque, supostamente umas das cidades mais movimentadas do
mundo.
desenho de Rita Lopes, aluna de 11º ano, Ermesinde
Para meu espanto, o ambiente continuava deserto… fui
até ao Central Park, um famoso parque de Nova Iorque, e, para meu maior
espanto, as árvores estavam todas destruídas, o espaço estava coberto de lixo,
provavelmente deixado pelos antigos habitantes da Terra. De repente soa um bip
no meu relógio a dizer que o oxigénio estava a acabar e que eu precisava de
sair de Nova Iorque.
Cliquei novamente na opção “teletransportar” e fui
parar ao Brasil, mas continuava sem conseguir encontrar ninguém. Desloquei-me
até à Amazónia, uma floresta no Brasil, mas não se via nenhuma
árvore e, aqui, ainda tinha um ar mais pesado… observei ainda o rio Amazonas,
mas estava completamente poluído. Não acreditava no que estava a ver: a Terra
tinha-se tornado um lugar imundo e inabitável! Ainda incrédulo e com uma réstia
de esperança, teletransportei-me até à China e, apesar da imundice, consegui
encontrar uma pessoa. Esta contou-me que ele era um dos poucos humanos que
tinham sobrevivido às mudanças climáticas e que ainda habitava a Terra, quase
todos os habitantes se tinham mudado para outro planeta que nem ele sabia o
nome.
Por fim, o meu relógio fez mais um bip e
dava-me a opção de continuar a explorar o mundo ou voltar para o meu ano, 2022.
Como eu já estava com saudades da minha família, cliquei em “voltar” e
felizmente consegui reencontrar-me com eles, são e salvo. Contei-lhes tudo o
que me aconteceu e que tínhamos de fazer uma grande mudança nos nossos
comportamentos para haver uma Terra, no futuro.
Martim Sousa, 10º A
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