Em Cuba, durante a sua juventude, Angela Alvarez queria ser cantora. Mas, depois de emigrar para os Estados Unidos, viu-se na necessidade de se dedicar às limpezas para sobreviver e recuperar os seus filhos. Por isso, agora, parece-lhe difícil acreditar que o seu sonho de há muito se tenha tornado uma realidade: aos 95 anos, Angela foi nomeada para um Grammy Latino de Melhor Nova Artista.
“Às vezes, belisco-me”, disse Angela Alvarez, que reside em Baton Rouge, a capital do estado norte-americano do Louisiana.
Angela compôs a sua primeira canção aos 14 anos, numa altura em que já dominava o piano e a guitarra. E também adorava cantar. Quando terminou o liceu, disse ao seu pai que a única coisa que se imaginava a ser era música. Mas, o progenitor rejeitou a ideia. “Cantas para a família, mas não para o mundo”, lembra-se de o ouvir dizer. “Eu amava-o tanto”, declara Angela. “E gostava de ser obediente.”
A magia da música
No meio da difícil situação da sua família em várias fases da sua vida, Angela esforçou-se por preencher a vida dos seus filhos com felicidade, o que conseguiu através da música.
Nos muitos desafios que enfrentou, Angela assume ter recorrido à música para lidar com a dor. E, ao longo da sua vida, compôs uma colecção de cerca de 50 canções, reflectindo tanto a tristeza profunda como a alegria da sua vida. “A música é a linguagem da alma”, resume.
Mas a sua música só era apreciada pela sua família e amigos, como o seu pai lhe tinha instruído.
Isso mudou há cerca de oito anos, quando o seu neto, Carlos José, decidiu gravar as suas canções. Carlos, que é compositor, cresceu a ouvir a sua avó cantar. E a sua carreira foi fortemente influenciada por isso.
“A ideia de que aos 95 anos ainda se pode ser reconhecido pelo que se fez é ouro. E somos todos que ganhamos. Ganhamos a todos os níveis.” @ Público
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