O Prémio Nobel da Economia foi atribuído hoje a Ben Bernanke, Douglas W. Diamond e Philip H. Dybvig pela investigação sobre “bancos e crises financeiras”, anunciou a Real Academia Sueca das Ciências.
Ben Bernanke foi presidente da Reserva Federal dos EUA (Fed) entre 2006 e 2014.
Este é o último dos Prémios Nobel a ser conhecido, após o anúncio na semana passada dos vencedores nas categorias de Medicina, Física, Química, Literatura e Paz, e será entregue, tal como os outros, no dia 10 de dezembro.
Segundo os jurados do Prémio Nobel, entregue pela Academia Real das Ciências da Suécia, levaram a cabo “uma descoberta importante na sua investigação é a razão pela qual é vital evitar o colapso dos bancos”.
“A pesquisa bancária moderna esclarece por que temos bancos, como torná-los menos vulneráveis em crises e como os colapsos bancários exacerbam as crises financeiras. As bases desta pesquisa foram lançadas por Ben Bernanke , Douglas Diamond e Philip Dybvig no início dos anos 80. As suas análises foram de grande importância prática na regulação dos mercados financeiros e no tratamento de crises financeiras”, diz a Academia Real em comunicado onde defende ainda que “para que a economia funcione, a poupança deve ser canalizada para investimentos. No entanto, existe aqui um conflito: os poupadores querem acesso instantâneo ao seu dinheiro em caso de gastos inesperados, enquanto as empresas e os proprietários precisam saber que não serão forçados a pagar seus empréstimos prematuramente”. Assim, na sua teoria, os três premiados “oferecem uma solução ótima para esse problema”: “Atuando como intermediários que aceitam depósitos de muitos poupadores, os bancos podem permitir que os depositantes acessem seu dinheiro quando quiserem, ao mesmo tempo em que oferecem empréstimos de longo prazo”.
Para Tore Ellingsen, presidente do Comité do Prémio em Ciências Económicas é claro que “os insights dos laureados melhoraram a nossa capacidade de evitar crises sérias e resgates caros”, disse em comunicado.
Quem são os premiados
Ben Bernanke, que foi presidente da Reserva Federal dos EUA (Fed) entre 2006 e 2014, “analisou a Grande Depressão da década de 1930”, tendo mostrado como as “corridas aos bancos (corridas aos depósitos) foram um fator decisivo para que a crise se tornasse tão profunda e prolongada”.
Já Douglas Diamond e Philip Dybvig “desenvolveram modelos teóricos que explicam por que razão existem os bancos, como o seu papel na sociedade os torna vulneráveis aos rumores acerca do seu iminente colapso e como a própria sociedade pode diminuir esta vulnerabilidade”.
A academia real diz ainda que “Diamond e Dybvig apresentaram uma solução para a vulnerabilidade bancária, sob a forma de um seguro de depósitos do Governo”. E que, de acordo com a sua tese, quando os “depositantes sabem que o Estado garantiu o seu dinheiro, já não precisam de se apressar a ir ao banco assim que começam os rumores sobre uma ‘corrida aos bancos’”.
Além disso, o investigador Diamond mostrou também “como os bancos desempenham uma função socialmente importante”. Enquanto “intermediários entre aforradores e mutuários, os bancos são mais adequados para avaliar a solvabilidade dos mutuários e assegurar que os empréstimos são utilizados para bons investimentos”.
O prémio são 10 milhões de coroas suecas, a serem divididas igualmente entre os laureados.
Recorde-se, no entanto, que ao contrário dos outros prémios Nobel, o da Economia é o único que não faz parte do testamento de Alfred Nobel, tendo sido criado em 1969 pelo banco central sueco.@ Sapo
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