O centenário do nascimento de Agustina Bessa-Luís comemora-se no sábado, no Porto e em Amarante, com um conjunto de iniciativas destinadas a valorizar e promover o legado artístico e cultural, assim como os vínculos territoriais, da escritora.
O comissário das comemorações do centenário da escritora disse hoje à agência Lusa que os principais eixos do programa, que arrancam no sábado em Amarante e se prolongam até outubro de 2023, centram-se, em especial, no roteiro dedicado aos lugares de Agustina, que nasceu em Amarante, viveu no Porto e tem uma forte ligação ao Douro e ao Minho.
"O objetivo é mostrar os lugares de Agustina e fazer um tratamento quer do ponto de vista cultural, quer do ponto de vista turístico. Sabemos que Agustina é maior do que os seus lugares, mas a forma como ela revela o território não deixa de ser uma marca", referiu Fontainhas Fernandes, que já foi reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e preside atualmente à Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES).
A sessão solene das comemorações está agendada para as 12:00 de sábado, em Amarante, com a presença anunciada do Presidente da República, na inauguração da exposição "Feminino, uma história ficcionada", que tem por base as palavras de Agustina Bessa-Luís "A mulher é uma criadora por natureza. A mulher é.", no livro "Dicionário Imperfeito".
A escritora, que nasceu em 1922, em Vila Meã, Amarante, e morreu a 03 de Junho de 2019, no Porto, colocou, muitas vezes, a mulher no centro da teia dramática.
A diretora do Departamento de Cultura de Amarante, Rosário Machado, considera que "viajar no universo de Agustina é sentir a mulher, nas suas coerências e incoerências, como se, à flor da pele, nos olhássemos ao espelho. Não são conceitos de feminismo, são estados de alma do Humano nos quais, nas suas diferenças, nos vamos revendo. Nesta exposição pretende-se uma reação interpelativa, que cada um sinta e descubra". @ Sapo
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