terça-feira, 21 de junho de 2022

a idade de ouro do Renascimento português revela-se aos franceses no Museu do Louvre

Uma das exposições mais aguardadas da Temporada Cruzada França-Portugal abriu  no Museu do Louvre, em Paris, com 13 obras da pintura portuguesa dos séculos XV e XVI a lembrarem a importância deste período da arte portuguesa.


"É um verdadeiro evento e estamos muito reconhecidos ao Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) de ter feito viajar estes tesouros, porque são tesouros nacionais, porque é uma maneira única de conhecer esta pintura portuguesa em França e espero que as pessoas percebam a importância desta pintura quando virem estas obras", disse Charlotte Chastel-Rousseau, conservadora de pintura hispânica do Museu do Louvre e comissária da exposição "A idade de ouro do Renascimento português", em declarações aos jornalistas.
A exposição foi inaugurada formalmente pelo primeiro-ministro português, António Costa, acompanhado pela ministra da Cultura francesa, Rima Abdul Malak, mas a abertura ao público fez-se no dia 10 de junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, ficando aberta até 10 de setembro.
Estarão expostas numa sala dedicada às novidades do departamento de pintura do Louvre obras de Nuno Gonçalves, Jorge Afonso, Cristóvão de Figueiredo, Frei Carlos ou Gregório Lopes, incluindo as portas do Retábulo de Santa Auta ou "São Vicente Atado à Coluna".
Na visita guiada aos jornalistas, tanto Charlotte Chastel-Rousseau como Joaquim Caetano, diretor do MNAA e também comissário desta exposição, expressaram a especificidade da pintura portuguesa deste período que para além do apoio do rei Manuel I, único nas artes entre todos os monarcas portugueses, contava com influências não só vindas da Flandres e de Itália, mas também dos novos territórios que Portugal estava a explorar.
"A pintura portuguesa deste período não é conhecida em França. Há muitas razões por isso, desde logo a destruição do património no terramoto de 1755, que destruiu não só as obras, mas também os arquivos tornando muito difícil o estudo da arte portuguesa. Há também a questão da secularização dos mosteiros que levou a que a pintura que estava nesses sítios passasse diretamente às academias de belas artes e depois museus nacionais", explicou em declarações aos jornalistas.
Esta exposição decorre no quadro da Temporada Portugal-França, uma iniciativa de diplomacia bilateral entre Portugal e França que visa aprofundar o relacionamento cultural entre os dois países. @ Sapo

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