sexta-feira, 25 de junho de 2021

“Cérebro Covid” é uma das consequências da pandemia

Acabou a concentração?

Quando as mulheres estão à espera de um filho, ouve-se recorrentemente a expressão “cérebro de grávida”, uma espécie de justificação para as falhas de memória e para as situações de distração. Com a crise sanitária, surge um novo conceito associado ao mesmo tipo de dificuldades: “cérebro pandémico”.
Mas, atenção, não se trata de uma condição relacionada com a infeção pelo novo coronavírus, mas sim com a situação de pandemia que tem afetado o dia a dia dos cidadãos ao longo do último ano e meio. Os sintomas incluem incapacidade de focar numa só atividade, falta de concentração e sensação de sobrecarga, por exemplo.
Com a aceleração da vacinação e os primeiros planos para férias de Verão, talvez fosse de esperar que o “cérebro pandémico” estivesse de partida, mas parece que o processo poderá ser mais demorado. Ainda assim, a expetativa é mesmo de recuperação: segundo Mike Yassa, diretor do UC Irvine Center for the Neurobiology of Learning and Memory, será preciso algum tempo para voltar ao normal, mas o regresso acontecerá de facto.
Citado pelo jornal The Guardian, Mike Yassa explica que o stress é o principal motivo para esta falta de concentração generalizada, mas a pandemia não será a única fonte. Ao longo dos períodos de confinamento e restrições, várias mudanças adicionaram stress, incluindo as mudanças obrigatórias no ritmo diário. Não se trata apenas de uma questão de ameaça direta à saúde, mas também de todos os efeitos colaterais: o trabalho que passa a ser remoto, os filhos que ficam mais tempo em casa, a falta de interação com amigos e familiares.
Contudo, há boas notícias. De acordo com o especialista, estamos «na trajetória da recuperação», mesmo que isso não aconteça de um dia para o outro – tal como o “cérebro pandémico” também não chegou de forma instantânea. @ Sapo 

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