Com mais um ano letivo em clima de pandemia a terminar, alunos e professores sentem-se felizes por voltar ao ensino presencial.
Falta menos de um mês para acabar o ano letivo e, apesar de grande parte ter decorrido via online, os alunos não o dão como perdido.
Nuno Silva tem 17 anos e exames para realizar em julho. O jovem admite ter ficado feliz quando voltou a ver os amigos e colegas, mas em termos de aprendizagem sente que «está tudo muito confuso».
«Sinto que quando voltamos às aulas presenciais os professores estavam a exigir de nós como se nós tivéssemos apanhado toda a matéria que tinha sido dada online, o que não aconteceu, de todo», explica o estudante de Línguas e Humanidades. «Sinto que o que nos ‘salvou’ foi o facto de, quando voltamos ao presencial, alguns professores terem feito revisões da matéria dada online, mas foi confuso», acrescenta.
Enquanto esteve em casa, Nuno admite que teve dificuldades em acompanhar a matéria, porque «a distração está em todo o lado», confessa. Ter aulas com uma televisão ao lado, familiares a realizar todo o tipo de tarefas ou até mesmo com irmãos para cuidar foi uma dificuldade que muitos jovens começaram a sentir já no ano letivo passado. Nuno acredita que este ano «tudo se complicou», uma vez que o regime online começou mais cedo e não parecia ter um fim à vista.
Os professores são da mesma opinião: o cansaço que o tempo de pandemia trouxe fez com que tanto os docentes como os alunos ficassem desmotivados, dificultando tanto o processo de dar aulas como a aprendizagem.
Mariana (nome fictício) é atualmente explicadora de alunos do ensino secundário. Voltou a ensinar presencialmente no início do terceiro período e sentiu os estudantes «distraídos e desmotivados». Apesar de ver os mais jovens «alegres por voltarem a estar com os amigos, também se distraem mais facilmente. Passaram tanto tempo em casa sozinhos que, agora, qualquer coisa é um bom motivo para ficarem alheados».
Valeu a pena voltar?
«Apesar de tecnicamente não termos perdido matéria nenhuma, porque os professores continuaram a dar, a verdade é que voltar ao presencial foi um alívio», afirma Nuno, que acredita que passar nos exames seria uma tarefa muito mais complicada se tivesse permanecido em ensino online.
Apesar das diferentes opiniões em relação ao ensino online e à matéria adquirida, há algo em que todos concordam: estar frente-a-frente com os professores «é muito mais prático para esclarecer dúvidas, além de que também me sinto obrigado a prestar atenção ao que estão a dizer, não posso estar no telemóvel ou a jogar», conclui Nuno Silva. Para a explicadora Mariana, também não há dúvidas de que o ensino presencial supera o online: «Só o processo de meter a mão no ar já era uma confusão, falavam uns por cima dos outros e às vezes havia dúvidas que não ficavam esclarecidas, é normal». (leia tudo aqui)
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