sexta-feira, 23 de abril de 2021

COVID-19: o que precisa saber sobre a fase 2 do plano de vacinação português


Depois de mais de 120 dias com escassez de vacinas, o plano de imunização da covid-19 passa à fase seguinte de “abundância” em que a rapidez e o agendamento da vacinação são os principais desafios.
Considerada como a principal “arma” para superar a pandemia, a vacinação contra o vírus SARS-CoV-2 tem enfrentado contratempos em Portugal e na Europa pela falta de vacinas, mas também pelas dúvidas de segurança dos fármacos da AstraZeneca e, mais recentemente, da Janssen (grupo Johnson & Johnson).
Depois de as autoridades europeias e nacionais terem garantido que os benefícios destas duas vacinas superam os riscos, apesar de identificada a relação com casos muito raros de coágulos sanguíneos em pessoas que as tomaram, o objetivo é agora a vacinação em massa dos portugueses.
Para isso, Portugal vai passar da fase 1, que se iniciou a 27 de dezembro de 2020 e que teve o grande objetivo de vacinar as pessoas mais vulneráveis e os serviços essenciais do Estado, para a fase 2, que tem a meta de administrar uma média de 100 mil doses por dia.
Para o cumprimento deste objetivo, o grande desafio da `task force´ que coordena no terreno este plano é o agendamento diário de cerca de 1% da população portuguesa e a consequente fluidez da vacinação.
Como está a decorrer a vacinação em Portugal
Mais de dois milhões de pessoas já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19, o que equivale a 20% da população portuguesa, enquanto cerca de 700 mil, que representam 7% dos portugueses, já têm a vacinação completa contra o vírus SARS-CoV-2.
Por grupos etários, 91% dos idosos com mais de 80 anos (617.566 pessoas) já estão vacinados com a primeira dose e 58% (394.186) já receberam as duas doses da vacina.
Na faixa etária entre os 65 e os 79 anos, 42% (669.263) também receberam a primeira toma do fármaco, uma percentagem que desce para apenas 4% (59.658) no que se refere às duas doses.
Do grupo de pessoas entre os 50 e os 64 anos, 16% (355.519) tomaram a primeira dose e 4% (84.810) têm a vacinação completa contra a covid-19, enquanto na faixa etária dos 25 a 49 anos 10% (345.865) já receberam a primeira toma e 4% (138.923) estão totalmente vacinados contra o novo coronavírus.
Desde o início da vacinação, Portugal recebeu quase três milhões de vacinas, tendo sido distribuídas pelos postos de vacinação do país mais de 2,6 milhões de doses.
Atualmente, o ‘stock’ destes fármacos no país é a reserva necessária para garantir as segundas doses mais imediatas.
Quem será vacinado na fase 2
A fase 2, que vai decorrer ao longo dos próximos meses, define duas estratégias distintas: a vacinação por idade decrescente até aos 16 anos, assim como das pessoas com 16 ou mais anos que tenham doenças com risco grave ou de morte por covid-19.
Entre as patologias incluídas nesta nova fase estão a diabetes, a obesidade grave, a doença oncológica ativa e as doenças mentais, assim como as pessoas transplantadas, com imunossupressão e doenças neurológicas graves (neuromusculares).
Grande parte das doenças associadas a maior risco de internamento e morte por covid-19 têm também um padrão etário – são tanto mais frequentes quanto maior for a idade -, como é o caso da diabetes tipo 2 e da hipertensão arterial.
Nesse sentido, uma vacinação por faixas etárias decrescentes permite também a vacinar as pessoas com grande parte das doenças identificadas inicialmente para a fase 2 do plano de vacinação.
As pessoas que recuperaram de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 há pelo menos seis meses podem ser vacinadas, de acordo com o grupo prioritário ou a faixa etária a que pertencem, mas receberão apenas uma dose de vacina, tendo em conta que, por já terem tido a doença, têm uma imunidade natural considerada boa.
As pessoas com sintomas de covid-19, que estejam infetadas ou em isolamento profilático não devem ser vacinadas, nem se dirigir aos pontos de vacinação.
No ato da vacinação, o profissional de saúde tem a obrigação de esclarecer previamente sobre a vacina que vai ser administrada, explicando os benefícios da vacinação e as potenciais reações adversas.
Quais os locais de vacinação na fase 2
Nesta nova fase, a vacinação vai decorrer nos locais previamente existentes nos agrupamentos de centros de saúde, nos centros hospitalares e nas unidades prestadores de cuidados do sistema de saúde.
Mas o grande impulso da vacinação será dado através dos centros de vacinação covid-19 criados especificamente para este objetivo.
No total, serão 280 postos de vacinação rápida e de resposta reforçada que estão a ser criados em todo o país para se conseguir vacinar uma média de 100 mil pessoas por dia.
Para a fase 2, estarão disponíveis 119 postos de vacinação rápida e 161 postos de vacinação reforçada, o que está a ser feito pelo Ministério da Saúde em colaboração com as autarquias.
As vacinas são armazenadas e distribuídas de acordo com o plano logístico definido pela `task force´, que tem a seu cargo a implementação, no terreno, da campanha nacional de vacinação contra a covid-19.
A gestão desse plano compete à “sala de situação” do Ministério da Saúde, onde estão representados também os ministérios da Administração Interna e da Defesa, que ajusta a logística de acordo com os critérios definidos e com a disponibilização de vacinas a cada momento no país. @ Sapo

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