Sabemos que uma peregrinação (do latim per agros, isto é, pelos campos) é uma jornada realizada por um devoto de uma dada religião a um lugar considerado sagrado por essa mesma religião. E passo a passo, o peregrino é levado a escutar as palavras do invisível; a ouvir a voz da perturbação que toma conta de nós, indefesos, ingratos e perdidos, a percorrer o caminho que é uma clareira onde repousamos, onde retomamos o essencial: o dever da perplexidade, o amor pelas árvores e pelas sombras, a paixão pelo pequeno detalhe, a obrigação da busca permanente. Para cada um de nós há o dever de reconstruir o mundo, de o tornar mais belo.
Por tudo isto e tantos outros motivos, acompanhamos 73 alunos do 9º ano a Santiago de Compostela durante os dias 27 e 28 de fevereiro (2020), numa caminhada que nos levou a percorrer as ruas de Valença, Tui, Padrón, Santiago de Compostela, Vila Nova de Arousa, a praia de Samil e Ponte de Lima. A alegria do Caminho perdurará nos nossos corações por toda a eternidade.
Obrigado aos alunos pela sua presença e interesse. Obrigado aos pais por nos proporcionarem tempo para estarmos juntos e nos conhecermos melhor. Obrigado aos professores Ângela Ferreira, Lígia Barbosa, Joana Gil Almeida, Ilda Anjos, Jorge Mendes e Nuno Marinho que nos acompanharam com a beleza da sua amizade e a sua disponibilidade. Na terra, trabalhamos juntos, no céu, dividimos o prémio. Abraçamos o Apóstolo Santiago Maior e sentimo-nos felizes por isso. O peregrino é aquele que descobre que não pode deixar de caminhar. Seguro daquilo que lhe falta, percebe que cada lugar por onde passa é ainda provisório e que a demanda continua. E essa espécie de excesso, que é o seu desejo, fá- lo exceder-se, atravessar e perder os lugares. Bom Caminho. Ultreya. Suseya.
cortesia de Eleutério Gomes (texto e fotos)
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