quinta-feira, 23 de maio de 2019

breve história da Tabela Periódica, comemorando o Ano Internacional da Tabela Periódica


Demócrito



Tudo no Universo é feito de elementos químicos. O ar que respiras, a água que bebes, a comida que te alimenta, os objetos que utilizas, tu mesmo, tudo é formado por elementos químicos.
Cada elemento tem características que permitem, ligando os seus átomos entre si ou com os de outros elementos, formar desde a substância elementar mais simples até às mais complexas como as proteínas ou ácido desoxirribonucleico (ADN) de que em parte és feito.
O Mundo tem a forma que tem devido às propriedades dos átomos de cada um dos elementos.
Dentro da imensidão de substâncias existente, ou possíveis de existir, foi possível, numa tarefa de cooperação intergeracional que vem desde os remotos tempos da Antiguidade e que tem tanto de épico como de demonstração do esplendor do espírito humano, discernir o essencial, os elementos químicos, e, de seguida, ordená-los ou agrupá-los segundo alguma ideias simples num processo perpetuamente inacabado, mas cada vez mais virtuoso.
Que caminhos foram percorridos para que o seu produto, a Tabela Periódica dos Elementos, tenha a forma conhecida de hoje? Ou, quando ou quem começou a sua construção?
Terá sido Demócrito, o filósofo que ri, da Antiguidade, que iniciou a construção quando postulou que toda a matéria é feita de átomos, os indivisíveis?
Terá sido Lavoisier, mais de um milénio depois, o fundador da Química, quando tentou organizar em classes as substâncias que então eram conhecidas?
Terá sido Döbereiner, no início do século dezanove, já depois de estar incorporada a ideia de átomo e de elementos químicos na ciência? Johann Döbereiner descobriu que dispondo determinados grupos de três elementos, com propriedades semelhantes, por ordem crescente de massas atómicas, o átomo do elemento intermédio tinha a massa igual à média das massas dos outros dois. Esta descoberta foi chamada Lei das Tríades e sustentou a crença de que alguma ordem existia e era passível de ser compreendida.
Terá sido Lothar Meyer, também no início do século dezanove, quando descobriu a relação periódica entre o volume atómico e a massa dos átomos?
Terá sido John Newlands quando, agrupando oito elementos de massas atómicas crescentes, descobriu que o oitavo elemento, numa notável semelhança com as notas musicais que constroem as harmonias sonoras, tem propriedades químicas semelhantes do primeiro elemento? Esta descoberta foi pouco aceite pela comunidade científica da época. Consta que um colega, por ironia, perguntou - porque não ordenou, Newlands, os elementos químicos por ordem alfabética?
Ou antes, terá sido Dimitri Mendeliev quando agrupou os elementos químicos, então conhecidos, seguindo linhas e colunas, por ordem crescente de massas atómicas, de modo que os elementos químicos de propriedades semelhantes se dispunham na mesma linha. Mas, Mendeliev fez mais, teve a ousadia de, quando um elemento parecia não dever ocupar a posição destinada, deixar um espaço vazio ou trocar a ordem com um outro vizinho. Aos espaços vazios, sugeriu  corresponderem elementos então desconhecidos e previu as suas propriedades. De facto, pouco tempo depois veio-se a confirmar as previsões de Mendeliev, consolidando a aceitação retumbante da sua Tabela Periódica.
Ou antes, terá sido Henry Moseley, no século vinte quando descobriu que não era a massa atómica que determinava a posição na T P mas sim o número de protões do átomo.
Como se pode concluir não podemos estipular um início. Foi um processo longo em que cada um deu um pequeno/grande impulso para chegarmos à forma atual da Tabela Periódica com cerca de 118 elementos, dos quais apenas 92 têm origem natural, cada um a ocupar uma posição.
Cada posição da Tabela Periódica é ocupada por um elemento com características que não só dele, tem a sua personalidade, e tem também potencialidades ou talentos próprios. Tal e qual como tu.                                                                                             
                                                                                                                                                      cortesia de Sérgio Viana

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