A chuva está de volta!
Sem
ter um guarda-chuva e não querendo ficar ensopado coloca-se-nos um dilema: corremos ou seguimos devagar à chuva?
É
claro que o pior é ficarmos parados à chuva a deslindar a solução da questão. A
quantidade de água que tomba sobre a nossa cabeça é proporcional ao tempo em
que estamos parados ou, acrescente-se, em movimento.
Se
avançarmos, além de nos molharmos por cima, pela água que tomba na vertical,
molhamo-nos pela frente, por avançarmos contra a que está adiante.
Ora,
a encharcadela à frente é tanto mais rápida quanto maior a velocidade de
progressão. Contudo, é também certo que, indo a correr, estamos menos tempo
expostos à chuva, ou seja, recolhemos menos água à frente. O balanço destas
duas condições de resultados opostos, é que a barrela pela frente deixa de
depender da velocidade da progressão mas, sim, apenas da distância a percorrer
como em ciência certa se pode demonstrar. Quanto a esta, a distância, não a podemos
alterar.
Por
isso, se é sua intenção molhar-se o mínimo, dê a corda toda aos sapatos, voe
até ao seu destino. Quanto menor o tempo da corrida, menor a quantidade de água
a cair-lhe por cima. A que é arrecadada pela frente é, em qualquer das duas
situações, a mesma.
No
caso contrário, esqueça a ciência. Avance, erga os braços e rodopie, estamos no outono.
Sérgio Viana
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