quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

carta de Pessoa a Ophelia

Porque nas aulas "vemos" coisas que não passam das paredes das salas, o CRESCER divulga ao mundo esta carta que tanto faz enternecer e sorrir os alunos de 12º ano.
Acham ainda que Fernando Pessoa é um ser sorumbático e circunspecto? Sim? Leiam, então, uma das cartas por ele escritas à sua amada Ophelia .
                                                                                 
carta original

Carta impressa:

Bébézinho do Nininho-ninho:
Oh!
Venho só quevê pâ dizê ó Bébézinho que gostei muito da catinha d’ella. Oh!
E tambem tive munta pena de não tá ó pé do Bébé pâ le dá jinhos.
Oh! O Nininho é pequinininho!
Hoje o Nininho não vae a Belem porque, como não sabia s’havia carros, combinei tá
aqui ás seis o’as.
Amanhã, a não sê qu’o Nininho não possa é que sahe d’áqui pelas cinco e meia (1)
(isto é a meia das cinco e meia).
Amanhã o Bébé espera pelo Nininho, sim? Em Belem, sim? Sim?
Jinhos, jinhos e mais jinhos
Fernando
31/05/1920
(1) No original, há aqui o desenho de uma meia.

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