sexta-feira, 23 de novembro de 2012

LER, OUVIR e VER (as horas)

LER

Havia uma flor bravia de inverno,
E ali estavas tu,
Com o mais puro dos Adeus na mão.
A mais intrépida melodia de arrependimento
Era a mais frágil mensagem
de um efémero suspiro.
(Deixa que fique,
Na casa que nos deixaste, sem receio de ficar com as mãos agarradas no tempo.)
Vamos voltar ao café,
Entrar sem onde,
Voltar sabendo o vento.
(Não vás.)
Não confio na noite.
Não confio na metade de mim
que deixaste (sem tempo)
A mãe chora o teu espelho. Eu
Ainda peço (volta) sem saber.
A resposta inútil deixa que esta carta seja adiada.
A carta do último adeus à flor bravia da tua pele,
Deitada.
(as horas são facas saudosas na vida)


Carvalho Monteiro - "Carta em Sépia"

OUVIR

                                                     

VER
"As Horas"
Em três tempos distintos, três mulheres, três vidas, uma conexão. Nos anos 20, a perturbada escritora Virginia Woolf escreveu seu primeiro grande romance A Senhora Dalloway. Duas décadas mais tarde, a dona de casa Laura Brown, repensa toda sua vida e seus desejos enquanto lê o mesmo livro. Na Nova Iorque dos dias de hoje, a editora Clarissa Vaugham concentra toda sua dedicação ao amigo Richard, um poeta por quem é profundamente apaixonada e que está com SIDA, à beira da morte. Assim como no princípio, as sensíveis histórias dessas três mulheres fundem-se num desfecho surpreendente.


Tenham um bom fim de semana!

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