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Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
Manuela Couto
ResponderEliminarQue bom que é saber que colegas nossos têm iniciativas fantásticas. Para já, os meus sinceros parabéns por esta rede de saberes e de cultura entre "Nós" (todos os que pensam a Educação e a Cultura). Vou passar a espeitar este magnífico blog.
Cumprimentos
António Mário
Obrigada, António.
ResponderEliminarContinue a visitar-nos.
Em mim também há um cansaço... mas, perante «Gente» com iniciativas tão refrescantes, o cansaço diluiu-se,evapora-se e dá vida a uma leitura atenta e reconfortante de Pessoa.Parabéns pela iniciativa, e...quando estiver cansada é so clicar e clicar! Amei!
ResponderEliminarPaula Almeida
Obrigada, Paula.
ResponderEliminarCá te esperamos mais vezes.