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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

olhar até à dimensão de um milésimo de milímetro

Também podes ser participante ativo numa grande transformação que já está a acontecer na sociedade global.
Necessitas sobretudo da tua curiosidade, atenção, espírito crítico, observação metódica, alguma criatividade e … olhar para baixo … até à dimensão de um milésimo de milímetro, ou seja, até às dimensões das bactérias.
Foi este o tema da palestra do Doutor Paulo Oliveira do Instituto de Investigação e Inovação  em Saúde, I3S, com o título e subtítulo, “Os Microrganismos como Mini-Fábricas” ou “Falta gasolina? As Bactérias podem ajudar”.
De entre outras ficamos a saber que cerca de um ou dois quilogramas da massa do nosso corpo são bactérias. Elas estão espalhadas por todos os órgãos com maior prevalência no intestino. Noventa e cinco por cento delas aí estão.
A presença das bactérias neste órgão tem funções relevantes no nosso sistema imunológico além de ajudar também a absorver as vitaminas e a degradar os alimentos.
São em tão grande número que, em todo o nosso corpo, temos dez vezes mais bactérias do que células humanas.
Já as utilizamos há muito tempo, sem então o sabermos, no fabrico de queijo, vinagre, vinho cerveja, iogurtes, pão. Mas, muito mais podem fazer por nós.
Mais recentemente são utilizadas no fabrico de antibióticos, constituídos por bactérias que inibem o crescimento de outras bactérias, na produção de insulina para controlo da diabetes, e na produção de vacinas.
Algumas novas aplicações surgiram recentemente. Na alimentação, como por exemplo na produção de spirulina e nostoc, ambos considerados superalimentos, constituídos por cianobactérias que já se encontram nas prateleiras dos supermercados.
Outras estão prestes a surgir como por exemplo na produção de biocombustíveis como o bioetanol, o biodiesel e o hidrogénio.
Ao contrário das reservas de combustíveis fósseis que estão a diminuir, as necessidades energéticas da sociedade estão a aumentar drasticamente. As cianobactérias transformam a energia solar em energia química. O material formado pode ser utilizado como combustível. Ao contrário dos fósseis, não alteram a concentração de compostos de carbono da atmosfera e constituem um recurso renovável.
O desenvolvimento das sociedades necessita de um recurso sustentável e a solução passa pela biotecnologia e pela investigação científica. Só assim se consegue que um ser tão minúsculo, de cerca de um micrómetro, nos abra novas perspetivas e áreas de trabalho num futuro não muito distante.


Sérgio Viana

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