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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

correntes d' escritas: a loucura obrigatória

cartaz 2012
O encontro decorre de 23 a 25 de fevereiro na Póvoa de Varzim e, como é habitual, a animação e a informalidade nas mesas de debate deverão atrair muitos leitores e espetadores – mesmo num ano em que, por restrições orçamentais, o evento vai ser mais curto.

correntes d'escritas: a loucura obrigatória

"Vocês me permitem que eu leia Camões?", perguntava Rubem Fonseca logo após ser anunciado como o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa, na 13. ª edição do Encontro Literário Correntes d' Escritas, com o livro "Bufo & Spallanzani", editado pela Sextante.

Rubem Fonseca recebe o prémio das mão de Francisco Viegas
foto JPN


Como vencedor do prémio literário e como representante de todos os escritores, Rubem FonsecaRubem Fonseca falou de pé, por ser "uma pessoa peripatética" que não consegue falar parado. Elogiou o poeta maior [Luís de Camões] e disse "amar a língua portuguesa". DeclamouDeclamou, até, Camões, mais precisamente o soneto "Busque amor novas artes, novo engenho".




Eduardo Lourenço
foto DN

Também Eduardo LourençoEduardo Lourenço, o ensaísta homenageado na Revista Correntes d'Escritas 11, salientou, de Camões, a permanente consciência de dizer "o que precisamos para não sucumbir à tentação do pessimismo que invade páginas" num velho país onde "os tempos não são famosos" e há "grande desesperança e dúvida". 

D. Manuel Clemente
foto DR
A conferência de abertura esteve a cargo de D. Manuel ClementeManuel Clemente, distinguido em 2009 com o Prémio Pessoa. O Bispo do Porto citou a sua própria "corrente descrita" com base em palavras como "agradecer, começar, partir, consistir e coexistir", pelas quais traçou o perfil do devir português. Na "pouca terra para nascer e muita terra para morrer" que tem caracterizado o português historicamente, D. Manuel Clemente encontra hoje uma outra forma de ficar e partir, onde o longe é mais perto e menos vitimado pelos contrastes. @ JPN

1 comentário:

Margarida Rebelo disse...

E assim vamos CRESCENDO...
Porque há vida para além do deficit, porque há vida para além da troika, estive, uma vez mais, nas CORRENTRES D'ESCRITAS De novo vibrei com a informalidade daqueles encontros. Puro prazer de ouvir os escritores que admiramos, ou mesmo de trocar com eles dois dedos de conversa. Foi com muito prazer, por exemplo, que contei ao escritor João de Melo como fiquei marcada pela leitura do seu "Gente feliz com lágrimas".Depois,falamos sobre os Açores, sua terra. Vivi, assim, aquela coisa a que chamam Literatura.E fui feliz, também com lágrimas, ao ouvir Ruben Fonseca ler ,deliciosamente, um soneto de Camões. Acreditem, há vida para além da crise. Há CORRENTES D'ESCRITAS, na Póvoa. Apareçam!